A LD Celulose S.A., joint venture entre a austríaca Lenzing e a brasileira Duratex, está implantando uma das maiores fábricas de celulose solúvel do mundo em Indianópolis, no Triângulo Mineiro. Iniciada em agosto de 2019, a obra segue em ritmo acelerado para o início das operações no primeiro semestre de 2022. Quando concluída, a unidade fabril oferecerá aproximadamente 1.100 empregos diretos e movimentará toda a cadeia econômica regional.
Com investimento de US$ 1,3 bilhão e pioneira no Brasil em projeto 100% em 3D, a planta está sendo totalmente construída com os mais modernos sistemas de engenharia de processo e tridimensional. “O objetivo é agregar inovação em todo o processo de construção que atualmente forma a espinha dorsal da LD Celulose, com ferramentas de engenharia esquemática, modelos em 3D e base de dados integrada que abrangem o projeto, a construção, o start-up, a operação e a manutenção da Fábrica”, explica o controlador do projeto da LD Celulose, Joni Silva.
Para a implantação do sistema, que conta com nove empresas trabalhando com a mesma metodologia, foram utilizadas ferramentas de domínio de todo o grupo e posteriormente criadas configurações de base de dados própria na qual as empresas alimentam com os seus projetos. Os sistemas buscam vantagens na segurança do processo, além da antecipação da avaliação da operação por meio de modelos consistentes antes da construção física, “Ou seja, temos um projeto que nos dá praticidade e maior confiabilidade no que estamos realmente adquirindo e entregando no prazo e custos definidos”, completa.
“Gêmeo digital” representa toda a planta em 3D
Quando entrar em operação, a fábrica terá reunido, em um só banco de dados, as informações dos mais de 70 mil documentos de engenharia necessários ao longo de cerca de 50 meses entre implantação e construção. A modelagem em 3D catalogada cria o chamado “gêmeo digital”, uma representação virtual da fábrica que permite antecipar ajustes, avaliar alternativas de construção e montagem, otimizar o planejamento como um todo além de permitir colaboração global para otimizações nos processos e produção usando tecnologias do mundo inteiro. A visualização em 3D e toda a informação disponível em banco de dados aumentam a eficácia da operação, possibilitando o rastreio de toda especificação necessária para a manutenção da fábrica.
“A atualização da base de dados do sistema é feita semanalmente, possibilitando a validação das informações fornecidas e, se necessário, realizar revisões com agilidade”, explica Gustavo Dessotti, PMO e coordenador de sistema da LD Celulose.
Grandes números
Para o cumprimento do cronograma conforme o planejado, a obra emprega atualmente cerca de 6.000 pessoas, divididas em dois turnos de trabalho diário. Os números grandiosos não param por aí. A quantidade de cabos utilizada seria capaz de ligar o Oiapoque ao Chuí, num total de 4.490km. As 26 fazendas de plantio de eucalipto – matéria prima para produção de celulose – têm juntas cerca de 70 mil hectares, incluindo área de plantação e conservação. Já a área total do parque industrial é de 150 hectares, o equivalente 214 campos de futebol.
Quando estiver em operação, a planta terá capacidade de produzir 500 mil toneladas de celulose solúvel por ano que serão utilizadas para produção de roupas, produtos de higiene, beleza, entre outros. Além disso, o processo de produção gerará cerca de 144 MW de energia limpa, sendo que mais de 50% deste total será comercializado e distribuído na rede nacional de distribuição de energia.